(*) Por Fonseca Ferreira
O ascendente que os partidos políticos adquirem na condição das democracias, limita a autonomia sindical a uma vida micro-social.
A vontade de eliminar a pulverização sindical (dezenas de pequenos sindicatos) por ramos de atividade, tem constituído grandes dificuldades em enfrentar o governo do capital. Alguns sindicatos verticais têm sido ultrapassados pelos próprios trabalhadores do sector. Um exemplo, os professores. Os sindicatos pouco ou nada representam os professores-contratados e os professores não colocados. Apenas desenvolvem a sua atividade para os sindicalizados. Por vezes, ignorando o menos bom momento dos profissionais que representam ou que deviam representar. Os movimentos de cidadãos têm liderado a contestação às políticas do governo. A internet suplantou o sindicalismo. O facebook criou os verdadeiros sindicatos verticais com grupos de discussão mais ou menos organizados e socialmente sem líderes. Sem hierarquia.
Em paralelo, a falta de responsabilidade social do governo, ao radicalizar o discurso conduz a fracturas ideológicas e a libertação do individuo perante a sociedade para atuar com violência verbal. O governo fala mais vezes em mercados do que em emprego. Os tempos são instaveis, depois de muitos anos porfiados esforços de manter o equilíbrio entre trabalho e empregadores, o governo não cumpre deliberadamente a concertação social que assinou. O fim do respeito pelo trabalho esmoreceu. A honra em assinar compromissos está ferida. Um governo sem palavra. Esta atitude do governo é porventura resultado da idiossincrasia dos elementos, o que por si só desrecomenda que deles falemos neste breve comentário.
A propaganda. Contradiz o assalto ao bolso sem formalismos. O desrespeito pelos cidadãos. A política pública do roubo e o constante anuncio do seu contrário configura, porventura o maior retrocesso social do Portugal democrático.
A desvalorização do escudo do programa de estabilização económica de 1983-1984 tem o seu expoente máximo na atualidade (2012-2013) com a maior desvalorização do ser humano da história da nossa democracia. O ser humano passou a ser um número do centro de desemprego, mas só enquanto dura o subsídio, depois é eliminado da lista. Ocultado da sociedade. Será esta a sociedade que queremos para viver?
Artigo Completo: Verticalização sindical horizontalização dos direitos
Fonte: Guarda | Política
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