Artista é quem domina uma arte. Artista é quem vive uma arte. Artista é quem vive de uma arte. Hoje quando dizemos a palavra «artista» falamos de palcos, telas pintadas, pedras esculpidas. Mas nem sempre foi assim. Dantes, em Forninhos, artistas eram os profissionais que iam às casas das pessoas resolver problemas: do telhado, duma parede, duma porta...
| Homenagem ao tio Ismael Lopes - Pedreiro. Escultura do artista Laiginhas |
«É preciso arranjar a parede. Temos de chamar um artista». Ou então: «É melhor chamar cá o artista para arranjar a porta». O artista era o profissional que sabia reparar coisas e que a troco de quase nada dava um jeito no que funcionava mal. O artista era aquele que se chamava para remendos, para pequenas obras, pequenas reparações. Havia artistas de vários ramos: portas, soalhos, balcão (as escadas), sacadas, pintura de paredes, serralharia, etc...o pedreiro vinha arranjar uma parede, o tanoeiro (hoje sei que se chama assim) arranjava tudo o que era dorna, pipo ou pipa, o carpinteiro vinha tapar um buraco do soalho.
Usavam ferramentas muito apropriadas às suas tarefas, cada artista tinha as suas ferramentas específicas, adequadas à sua arte. Por exemplo, o carpinteiro? Quem mais tinha aquele operacional serrote ou aqueles martelos feitos de madeira, para já não falar da magnífica plaina?
| plaina do meu tio António Carau - carpinteiro |
Mais tarde, seguramente depois de 1959 aparece, por imposição do progresso, outro ramo de «artistas». Nesse ano foi inaugurada a electricidade nas ruas de Forninhos. A pouco e pouco, as casas foram sendo dotadas desse benefício. Aí, começam a surgir novas avarias e surge uma nova casta de «artistas»: os que sabiam mexer no chamado «quadro» e no chamado «fio».
Mas hoje quando dizemos a palavra «artista» já falamos de pedras esculpidas. Este artista chega ao local da obra e tem toda a autonomia. Faz o que precisa fazer e tem carta branca.
Tira cada apetrecho necessário, mexe-se com precisão e com exactidão. Em serviço, conversa menos do que é habitual.
Tem todo o espaço por sua conta. Toda a gente se afasta. As pessoas, mesmo que estejam a ver como é que a coisa se desenvolve, apenas conversam baixinho. É um ambiente típico.
O artista é o artista!
Outros artistas que apareciam em Forninhos 2 ou 3 vez por ano eram os artistas do circo e esta é uma imagem muito forte na minha memória, o circo e seus artistas que vinham divertir-nos a todos em Forninhos dos anos 70/80. Um pouco de música, um pouco de trapézio, umas anedotas e muita expectativa de todos e uma grande noitada de correrias dos pequenos (nós) pelo largo da aldeia (da Lameira).
Vinham numa carrinha velha.
Agora já não vem o circo, mas há mais palhaçada que nunca!, sem menosprezo pelos profissionais, claro. Para manter o povo calmo, amorfo, basta dar-lhes diariamente panem er circenses (pão e circo).
Nota: as obras apresentadas foram feitas pelo artista José Maria Laijinhas, da Ponte do Abade. Um artista!
Mas hoje quando dizemos a palavra «artista» já falamos de pedras esculpidas. Este artista chega ao local da obra e tem toda a autonomia. Faz o que precisa fazer e tem carta branca.
Tira cada apetrecho necessário, mexe-se com precisão e com exactidão. Em serviço, conversa menos do que é habitual.
Tem todo o espaço por sua conta. Toda a gente se afasta. As pessoas, mesmo que estejam a ver como é que a coisa se desenvolve, apenas conversam baixinho. É um ambiente típico.
O artista é o artista!
| Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Forninhos |
| Comemorações dos 500 anos do Foral de Carapito -Aguiar da Beira |
| Matança, Fornos de Algodres - Comemorações dos 500 anos do Foral |
Vinham numa carrinha velha.
Agora já não vem o circo, mas há mais palhaçada que nunca!, sem menosprezo pelos profissionais, claro. Para manter o povo calmo, amorfo, basta dar-lhes diariamente panem er circenses (pão e circo).
Nota: as obras apresentadas foram feitas pelo artista José Maria Laijinhas, da Ponte do Abade. Um artista!
Artigo Completo: Os artistas
Fonte: "Blog dos Forninhenses"
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