29 de janeiro de 2015

Crítica a "Mar Deserto" de Ricardo Gordo


Estamos numa praia ao entardecer. A espuma das ondas num vai vem de convite, a tocar-nos delicadamente os pés descalços, o olhar brilhante de expectativa que já se aventurou pelo mar adentro. Um mar aparentemente deserto. No lugar do leme da nave que ali está, peça essencial para que saibamos perder-nos e encontrar-nos nos espantos da viagem, a Guitarra. Portuguesa? Sim, mas também dos Mundos! Daqueles cujas memórias já quase se perderam. Memória de cítaras, de mouriscas ou sarracenicas, mas cujas marcas genéticas sobreviveram ao tempo, mesmo que ela, a guitarra, se tenha deixado moldar como forma de sedução e entrega. Que o diga o Fado, que ele sabe bem como ela subtilmente lhe mexeu na alma e na personalidade até chegar ao momento em que dele se começou a libertar. Muitas das páginas da grande viagem da guitarra portuguesa estão neste disco. Por isso é um disco de viagem. Uma viagem que tem porto de partida, não de uma praia atlântica, mas do mar dos montes do Alentejo do seu autor. Foi ali, longe do mar, que um dia uma guitarra se aninhou nos seus braços e o resultado está aqui. Aceite a viagem e prepare-se! Não precisa de muita coisa. Só do saber de se deixar espantar. Prepare-se porque o mar deserto que lhe deixou aos pés o convite está repleto de coisas de espantar. Iniciada a viagem já não há mar e terra, há apenas música… grande música!

Edgar Canelas, radialista da Antena 1

Ricardo Gordo apresenta-se em quarteto no Café Concerto amanhã, sexta, dia 30 de janeiro, pelas 22h00. É acompanhado em palco pelo guitarrista Custódio Castelo.
Este concerto tem entrada livre e integra o Ciclo Eu Queria Ser Fado que o TMG promove até ao final do trismestre com exposições, concertos, espetáculos de dança, conferências, oficinas e muito mais.


Artigo Completo: Crítica a "Mar Deserto" de Ricardo Gordo
Fonte: Teatro Municipal da Guarda
5 O CHIBITO: Crítica a "Mar Deserto" de Ricardo Gordo Estamos numa praia ao entardecer. A espuma das ondas num vai vem de convite, a tocar-nos delicadamente os pés descalços, o olhar brilhante...

11:50 | 29 de janeiro de 2015


Sem comentários:

Enviar um comentário

< >