A verdade é que, na hora de fazer a mudança acontecer, evapora-se o gás da maioria. E tudo continua na mesma, como sempre foi, sem nenhuma variação no seu arranjo fundamental. Sobretudo o enfadonho discurso da mudança, sempre defendida com malabarismos filosóficos e requintes verbais... O muito que se faz é “dourar a pílula” ou dar um novo sabor à pizza que, basicamente, continua a mesma de sempre. Mudança que é bom, nada. As pessoas defendem a necessidade de mudança mas na prática não desejam que ela realmente aconteça. Intelectualmente elas sabem e reconhecem que a mudança é necessária, mas cultural e emocionalmente continuam bloqueadas, quase que completamente paralisadas em termos de iniciativas concretas para mudar. Não deixa de ser confortável imaginar e falar a respeito do melhor dos mundos sem ter que correr os naturais riscos de torna-lo real. Entretanto, se de um lado é confortável não fazer nada, de outro é angustiante, desesperante mesmo, ver as coisas agravarem-se a cada dia que passa, por falta absoluta de iniciativas concretas voltadas para mudanças profundas e verdadeiras. O medo de mudar é o medo de perder e o medo de perder nada mais é do que o medo de morrer. E ninguém acha agradável morrer. Mesmo quando morrer significa livrar-se de uma realidade desagradável e inoportuna. Como diz o ditado, “mais vale um inferno conhecido do que um céu duvidoso”. Assim as pessoas vão sobrevivendo na mesmice de sempre, a sonhar e a falar de um jardim de delícias que nunca virá, uma vez que a sua vinda pode depender de mergulhar, ainda que temporariamente, no pior dos infernos. As estruturas só mudam, quando as pessoas mudam. E como as pessoas continuam a recusar mudar-se, essas estruturas permanecem imóveis, paradas no tempo. Mudar é uma contundência. ,
Artigo Completo: Dissertar sobre “A Mudança” por um autor anónimo
Fonte: Sol da Guarda
5 de abril de 2014
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O CHIBITO: Dissertar sobre “A Mudança” por um autor anónimo
A verdade é que, na hora de fazer a mudança acontecer, evapora-se o gás da maioria. E tudo continua na mesma, como sempre foi, sem nenhuma v...
20:56 | 5 de abril de 2014
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