Bem mo lembra o meu amigo Paulo - você é meio filósofo! Habituados que estamos a ver tudo pela perspetiva moral, arriscamo-nos ao dogmatismo, que o mesmo é considerar como cegos os que não vêem o mundo que nós vemos. E a perspetiva moral, ou se quisermos carregar a cor moralista, é pouco propícia a meios tons ou ao espetro das cores: preto é preto e branco é branco, como se no próprio preto e no próprio branco não houvesse matizes.
Os dogmáticos lêm da mesma maneira o mundo e os livros. Por isso, sem contemplação, com paixão e sem compaixão anulam, destroem, desacreditam os olhares que não sejam seus.
Hegel escreve: «a religião é a filosofia dos ignorantes» e o seu discípulo Marx, por sua vez « a religião é o ópio do povo». Entendo a verdade parcial de cada afirmação, ao que os dogmáticos correrao a dizer que não há meias verdades, pois desconhecem ou rejeitam a dialética. Que lhes faça bom proveito. Poderemos dizer que filosofia e religião são abordagens, leituras diferentes da realidade. Talvez, se fosse filósofo por inteiro - como gostam os moralistas que todos sejam - não pudesse ter tanto respeito e compreensão como tenho por aqueles que, na falta de oportunidades para o desenvolvimento da luz natural da razão, encontram na religião o sentido da vida.
Nesta linha, acho o trabalho desenvolvido pela igreja do mais alto mérito. No caso da Vila e do interior do país, acho altamente meritório o trabalho dos párocos, e poderemos imaginar o que, à semelhança das escolas, e outras instituições se fechassem as igrejas. Nesta acelerada desertificação é a igreja que continua a sua presença.
Ocorreram-me estes pensamentos, durante a missa de domingo onde estariam cerca de trinta pessoas e veio-me à memória a passagem de S. Mateus:
"Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." Mateus 18:20
Artigo Completo: A missa de domingo
Fonte: vilarmaior1
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