8 de maio de 2014

Doenças e Maleitas

Hoje vou falar de doenças e maleitas, sobretudo das que ainda estão na memória de muita gente da aldeia. Como sabem, dantes as nossas aldeias eram dez vezes mais populosas (força de expressão), afinal nasciam muito mais crianças que hoje, mas também havia muita mortalidade infantil, morriam muitos dos bebés por causa de febres muito perigosas, daí que as mães quando alguma febre apertava lá iam ao "médico" da terra: Sr. José Bernardo, que em matéria de doenças era quem lhes valia. Era o "médico popular" da aldeia, salvou muita gente e poupou a muitos dinheiro com consultas e com medicamentos.
Nós já o referimos aqui.

crianças com sarampo

Que doenças assolavam a aldeia?
A tuberculose, que felizmente não matou ninguém, mas nos anos 40 apareceram casos de tifo, alguns deles fatais, a febre tifóide; a difteria, conhecida por garrotilho, vitimou também muitas crianças - não confundir, com uma doença nas ventas dos animais a que se dava o mesmo nome - tem se calhar este nome por ser doença de garotos. Mas das maleitas dos miúdos, do que me lembro melhor é do sarampo e da varicela; tesorelho ou trazorelho e febre de malta, porque dores de garganta, constipações e estados febris que davam uns tremores, isso era todos os Invernos. Amigdalites (anginas) também. Mas houve outras doenças a ameaçar a saúde da miudagem como, por exemplo, a coqueluche, tosse convulsa, a meningite e otites. A asma também um ou dois tinham e lembro-me de ouvir falar, na adolescência, da vacina da rubéola, como sendo uma doença que ameaçava as grávidas, sendo que o embrião pode sofrer malformações.
Havia muitas doenças que nos chateavam os dias. 
Na minha aldeia muitos adultos tinham úlceras, de estômago, principalmente. Hoje duvido que não fossem cancros, mas cancros e cirroses também havia, como aliás em toda a parte. Não esquecendo a pneumonia e a hepatite, como sendo doenças perigosas. Gripes, catarros, carbúnculo, comichões (algumas por causa dos piolhos) e diarreias de vária ordem povoavam o dia a dia da aldeia nos anos 50 e 60. 
Em 1957 a gripe asiática atacou muita gente, em Forninhos chamavam-lhe "andaço".
Já agora, registo, a respeito, a informação datada de 2 de Abril de 1850, do jornal Ilustração Brasileira, constante do "livro" de Forninhos, a pág. 72: "...o jornal Ilustração Brasileira, na sua edição de sábado, na secção História da Actualidade, referia que «Na freguesia de Forninhos grassa actualmente uma febre de caracter maligno», não dando mais explicações sobre esta epidemia.". 
Pena que aqueles que se dedicaram  à investigação tenham escrito um livro  para historiadores, porque aos netos desta terra igualmente não foi dada qualquer explicação, nem o assunto "nosografia" foi abordado. Quando uma febre assim tem carácter maligno tem certamente um nome, uma causa...
Até consultei os censos da época e, curiosamente, entre 1849 e 1862 a população não sofreu uma evolução negativa.



Artigo Completo: Doenças e Maleitas
Fonte: O Blog dos Forninhenses
5 O CHIBITO: Doenças e Maleitas Hoje vou falar de doenças e maleitas, sobretudo das que ainda estão na memória de muita gente da aldeia. Como sabem, dantes as nossas aldeia...

19:59 | 8 de maio de 2014


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