Vezes sem conta, passei por esta aldeia, na estrada principal e sempre achei muito típicas as rústicas habitações que ladeiam a estrada e as esculturas construídas a partir de alfaias agrícolas, testemunhando o labor destas gentes. Desta vez, resolvi mesmo passear pela aldeia. E perguntei-me como é possível que nunca o tenha feito antes. Na verdade o que suscitou a minha curiosidade foi a publicação da fotografia (da autoria de A.I. Tony) de uma janela, no Facebok. Se quer ver casas tipicamente beirãs não vá à Bismula, não vá a Vilar Maior, não vá a Alfaiates. Vá a Aldeia da Dona. As casas são, quase todas, de rés-do-chão e andar com uma escadaria de acesso a um balcão que, em muitas, está coberta por um alpendre. Por baixo da escadaria poderá estar sedeada a cortelha do marrano ou/e o poleiro das pitas. Poderá haver um curral e também um cabanal. São, tipicamente, as casas dos lavradores. Não encontramos aqui como em Vilar Maior um vasto conjunto de casas térreas - Cimo da Vila- um considerável número de casas térreas onde moravam jornaleiros e artesãos. Surpreendeu-nos depois o número de janelas trabalhadas e desfeiadas pelo restauro em ferros pintados de cor berrante, blocos de granito verdadeiramente colossais. Pesa-nos que a administração municipal permita licenciamentos de construções e restauros que desfiguram este património tão belo e que o poder político deixe morrer o interior que foi sustento do país.
Veja-se o gigantismo do bloco de granito
A Janela. Colossal o bloco de granito
O musgo teceu uma alcatifa verde
Pormenor que faz a diferença - a descarga
Uma casa num estado assim, mete-se connosco
Contrastes
Artigo Completo: Aldeia da Dona - um património habitacional extraordinário!
Fonte: vilarmaior1
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