30 de dezembro de 2014


NATAL…     Sagrada Família 2014

     Já nos chamou a atenção a quantidade de lojas que apareceram nas cidades para comprar  ouro. É sabido como muita gente vende os anéis e colares, por vezes tão estimados, para pagar a luz ou a comida. E também ouvimos dizer que, quando o dinheiro não está seguro ou varia muito de valor,  há quem compre barras de ouro para guardar, porque este não perde o valor. E o curioso é que o ouro até nem é muito prático e funcional, pois temos de ter cuidado, para não o perder ou ser roubado. E quanta gente anda com colares dourados, mas falsos, enquanto o verdadeiro está em casa bem guardado…  “inútil”.

     Esta pode ser uma comparação para a festa de hoje. Celebramos a Sagrada família, a de Jesus. E lembramos as nossas famílias, e o dom de termos e sermos família. Também hoje, em tempos de crise económica, familiar e social, sabemos com frequência que a família, os pais-avós, têm sido a salvação de muitos jovens desempregados, divorciados, ou com filhos a cargo. Que voltam a habitar com os pais reformados, que ajudam nas despesas e na educação. Isto é: a família bem estruturada, estável no amor, organizada economicamente, forte nos valores educativos, continua a ser de “ouro verdadeiro”, que não perde o valor, -  antes cresce.!- quando a sociedade inventa famílias a prazo, economias de competição e adopta princípios destruidores das pessoas e da sociedade, isto é de “ouro falso”, de fantasia.

     Até podemos desculpar-nos que a família tradicional, hoje, é impossível, ninguém aguenta! … é mais funcional usar uma família a prazo, constituída por membros de género indefinido, de número indefinido – ainda estaremos para assistir a muitas variantes e aberrações!  Pois seja: quem não alcance ou aguente “ajunte-se” ao que quiser! – Mas, que as sociedades e Estados tenham ao menos o bom senso, o interesse público, de distinguir o que não pode ser igual. De respeitar e salvaguardar  o que vale ouro e é ideal, daquilo que é imitação, fantasia.

   Se acreditamos no valor perene da Palavra de Deus, então hoje o sábio diz-nos que os filhos, não se confundem com os pais nem estão ao mesmo nível - também o dizem os psicólogos e pedagogos, embora a pressão de alguns “movimentos de corrosão” vão conseguindo impôr a confusão de papéis, de relações que falsificam a educação...  Os pais merecem respeito, atenção, veneração, e até compreensão quando as faculdades faltarem. Eles são figura de Deus na geração da vida e na educação . O que não justifica abusos ou despotismo! Os filhos continuam a ter deveres para com os pais!!! – pena é que pareça crime dizê-lo!

    Também Paulo recorda que a nossa união em Cristo, a nossa nova condição de Filhos de Deus faz-nos a todos iguais, é certo!  e traz-nos deveres mútuos de “misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência”. Mas essa igualdade não destrói, nem confunde, o papel distinto e próprio de cada um na família. Claro que há funções domésticas que mudam e evoluem… mas o pai, a mãe e os filhos, têm cada um o seu lugar, que o verdadeiro amor valoriza em cada um, para bem de todos.

            O Evangelho destaca esta consciência da família como instituição sagrada, querida por Deus – a quem pertence a vida do primogénito. Por isso oferecem o Menino no templo.   Depois, faz-nos entender que cada um de nós – e Jesus muito particularmente! - tem uma missão no mundo, por mais simples e vulgar que ela seja. E hoje ainda melhor o compreendemos, pois a nossa vida sai bastante cedo do âmbito familiar para o social.  Isso implica o crescimento integral da criança/jovem  em “robustez, sabedoria e Graça”, sob a influência e protecção da família (de Nazaré e de cada um de nós!).   Interessante ainda é o papel de Simeão e Ana - dos idosos! Representam a sabedoria e a experiência, amadurecidas na “justiça e piedade” … que depois levam a ver o futuro – do Menino e dos pais-  com lucidez profética.  Representam ainda a paz e serenidade de uma “vida cumprida, realizada” que lhes abre as portas ao merecido descanso em Deus. Quantos idosos, rodeados de filhos e netos, rezam com verdade e com fé e em paz, estas mesmas palavras !”Que Deus me leve! Já estão todos bem arrumados!”

      Demos graças a Deus pela família que tivemos e somos. E que todas se pareçam e aproximem da Família de Nazaré:  SÃO OS MELHORES VOTOS PARA O ANO DE 2015.
                                                                                            (Pe. António Coelho)




Artigo Completo:
Fonte: Arciprestado do Rochoso
5 O CHIBITO NATAL…      Sagrada Família 2014       Já nos chamou a atenção a quantidade de lojas que apareceram nas cidades para comprar   ouro...

14:41 | 30 de dezembro de 2014


Sem comentários:

Enviar um comentário

< >