O Moinho
No pendor da serra agreste
há um moinho a trabalhar;
vai cantando, de caminho,
não se chegue a enfadar.
Anda o dia, anda a noite,
sem sair do seu logar.
- Imagem da eternidade,
sempre quêda, a caminhar...
Anda o dia e anda a noite,
_ Quando terá de parar?-
Anda-lhe a pedra lá dentro
de contínuo a preguntar.
A cada passo que avança
vai servindo de coveiro:
- Enterra o passo segundo
nas pégadas do primeiro.
Vai andando, vai andando
ao redor do coração.
- Oh! quantas pedrinhas duras
veem misturadas no grão!
in Estrela de Alva, Joaquim Capela, Lisboa 1921
Artigo Completo: Estrêla de Alva
Fonte: António Madeira
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