6 de março de 2015

Mentiras e mais mentiras...

Em Forninhos não há cesteiros. Na verdade, a arte popular da cestaria nunca se desenvolveu nesta terra, mas isso não constituiu qualquer problema para que os autores da "monografia" da freguesia de Forninhos escrevessem o contrário, incluindo "o cesteiro" na arte dos ofícios da terra. Se calhar para eles - ou para quem os informou - quem sabia fazer um cesto, era cesteiro! Mas se assim fosse podia existir cestaria em qualquer povoação rural desta ou outra zona!

canastros, cestos usados nos trabalhos agrícolas

Segundo o que foi avançado por esses autores, em Forninhos "As necessidades do quotidiano agrícola aguçavam o engenho e surgiam então as cestas de mão, arredondadas, com uma asa larga para facilitar o transporte de objectos e produtos pesados. Serviam um pouco para tudo, desde a sementeira, à apanha da fruta ou ovos ou o transporte do farnel para o campo. Os cestos maiores eram usados nos trabalhos agrícolas na apanha da uva ou do milho.". Donde veio esta? Confesso que não sei.
Tenho lido bastante sobre a arte popular da cestaria e sobre esta cesta, com asa larga, descobri que se chama cesta de corra. É feita com corras de carvalho.


cesta de corra, com asa larga

"..., a arte da cestaria começou a desaparecer com a generalização do plástico em meados da década de 60."
Mais! 
Em Forninhos: "O cesteiro percorria os campos à procura da sua matéria-prima. Colhi-a e tratava-a, secando-a. Quando estava em condições para ser moldada, o artífice estruturava primeiro o esqueleto da peça, forrando-o de seguida com as fibras de madeira ou juncos".
"Só com uma faca, as mãos e dos dentes, o cesteiro entrelaçava a matéria-prima numa sequência repetitiva dando vida e forma à peça.".
Olhem que a cestaria foi de tal modo importante em Forninhos que ainda hoje "...já não há quem faça estes cestos, mas a lembrança perdura e ainda podemos encontrar pedaços de velhas memórias de outrora."
De Forninhos tenho lembrança de ver uma senhora - D. Mimi -  fazer um cesto de vime, mas disso nunca fez negócio! Negócio faziam os artesãos que se deslocavam à nossa aldeia vender cestos, que os faziam na hora, bem como revestiam os garrafões com vime.


garrafão de vidro empalhado
Historiador e arqueólogos inventaram e conceberam cestos adequados às necessidades dos nossos agricultores e baseados na ideia de que "As necessidades do quotidiano agrícola aguçavam o engenho" existiram cesteiros em Forninhos! 



Nem sei como no brasão de Forninhos não está representada a cestaria. O brasão podia fazer uma referência ao junco, ao vime, sei lá...!



Artigo Completo: Mentiras e mais mentiras...
Fonte: "Blog dos Forninhenses"
5 O CHIBITO: Mentiras e mais mentiras... Em Forninhos não há cesteiros. Na verdade, a arte popular da cestaria nunca se desenvolveu nesta terra, mas isso não constituiu qualquer p...

22:44 | 6 de março de 2015


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