António Manuel Matos Marques, com 45 anos, é um dos jovens oleiros que teimam em continuar a arte de moldar e cozer o barro na freguesia de Molelos.
Numa tradição familiar, aprendeu a arte com o tio António Ribeiro que entretanto tinha regressado da Alemanha onde estivera emigrado.
A matéria prima usada é extraída nas redondezas, em Molelinhos e em Canas de Santa Maria. Geralmente o barro é usado em mistura mas, em peças que exigem uma moldagem mais minuciosa, usa-se apenas o de Canas por ser mais gordo.
À semelhança do que acontecia no passado, são muitas as peças do barro preto de Molelos que se destinam à cozinha: panelas, potes, assadeiras, padelas... Depois os novos oleiros acrescentaram algumas peças de decoração: castiçais, copos, resguardos para as boxes do vinho e sempre as interessantes cantarinhas de segredo, tradicionalmente o emblema da louça de Molelos.
Depois do barro moldado e brunido - alisamento com seixo ou pau de buxo - para dar o brilho metálico, o barro é cozido a altas temperaturas.
Esta cozedura é hoje feita em fornos que faz o mesmo que antigamente quando se coziam as peças numa cova escavada no solo usando a caruma e a lenha de pinheiro como combustível. Esta técnica é a chamada soenga.
António Manuel foi já à Alemanha demonstrar esta técnica artesanal que foi muita apreciada pelos germânicos.
A música que acompanha esta reportagem de O Som da Gente é do rancho As Cantarinhas de Molelos fundado em 11 de Novembro de 1947.
Fotos:Alcides Riquito
Artigo Completo: O BARRO NEGRO DE MOLELOS
Fonte: O SOM DA GENTE
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