23 de setembro de 2014

A dorna das vindimas

Já velhinha e encostada, faz questão em se manter direita, esta genuína dorna de Forninhos, tal como quando andava em cima dos carros de bois!  

Uma Dorna

A dorna na nossa aldeia, era tal esta que aqui está, sem tirar nem pôr. A vasilha maior que recebia na vindima dentro de si, os canastros carregados de uvas que teria de levar até ao lagar do produtor.
Esta já foi outrora, menina e moça, aquando foi feita de aduelas de bom carvalho ou castanho, escolhidas a preceito. Demorou o seu tempo a tomar forma. Tinha de ser aplainada pelo mestre carpinteiro que lhe moldaria as formas depois de aquecer as suas "costelas" no fogo, encaixá-las e arrematá-la com os aros de ferro..
Mas mesmo que nova, a sua sina estava traçada, pois chegado meados de Setembro e logo nas primeiras chuvas, era colocada por debaixo de um caleiro ou beiral, quase sempre junto ao exterior do lagar para "acanar" a água e "embuchar", ficando assim até às vésperas da vindima e ser bem lavada e de modo tradicional e seguro. Amarrada ao carro dos animais, ia deitada por vazia e voltava ao alto por cheia.
Os homens haviam despejado quantidades de canastros que dariam muitos almudes de vinho, pois outro homem havia que tinha por funçao calcar as uvas que a dorna recebia de modo a diminuir o volume e aumentar a sua capacidade, até o mosto lhe dar quase pelo pescoço. 
Feita a primeira dorna da vindima, vacas ao carro, dorna bem segura por grossas cordas e dois homens ao lado da mesma com sacholas viradas, a segurar e equilibrar, por caminhos lá ia orgulhosa a caminho do lagar, que também préviamente bem lavado, a esperava na sua barriga(curva da entrada do lagar de pedra) devidamente equipada com sacas de serapilheira, para não "magoar" as suas aduelas. A operação mais difícil das vindimas e apenas para homens. 
Tragédias houve em que homens ficaram por debaixo das dornas de vinho, mas depois de uns momentos de descanso mais que merecido e um copo de vinho do ano anterior, lá partiam apressados de volta em direcção à vinha, conversando sobre a qualidade da colheita e o tempo que não parecia a favor, ameaçava chuva e diziam:
"Vindima molhada, dorna depressa cheia e pipa despejada", enquanto os canastros de vime já aguardavam a abarrotar.



Artigo Completo: A dorna das vindimas
Fonte: O Blog dos Forninhenses
5 O CHIBITO: A dorna das vindimas Já velhinha e encostada, faz questão em se manter direita, esta genuína dorna de Forninhos, tal como quando andava em cima dos carros de boi...

01:35 | 23 de setembro de 2014


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