26 de setembro de 2014

Daniel Curval e a fotografia do desassossego



«Stilb Life é uma recolha sobre o mundo contemporâneo; é o que nos resta do limbo existencial». É assim que Daniel Curval fala das fotografias da sua autoria e que o TMG expõe no Café Concerto até 5 de outubro: “Stilb Life [Série C] A ausência da presença”. Gosta de provocar interrogações com as suas imagens. Falámos com ele na sua passagem pela cidade mais alta.

«A fotografia e o cinema acompanham-me desde miúdo. Mas comecei mais a sério aos 20 anos, há 25 anos, portanto». Daniel Curval, 45 anos, é fotógrafo. Trabalha na Biblioteca Municipal da Póvoa do Varzim na área da fonoteca e audiovisual e todo o seu tempo livre é dedicado à fotografia, a sua paixão.

«A fotografia é algo muito sério para mim», afirma. A sua dedicação não é a tempo inteiro porque, lamenta: «o mundo da arte não é fácil».
«Tudo começou como uma introspecção e uma reflexão que fiz ao meu próprio trabalho… porque é que eu registava as imagens de determinada forma e o que é que eu pretendia transmitir com as fotografias». Assim começaram as séries Stilb Life.

As fotografias pretendem fazer uma reflexão do nosso mundo, do mundo em que estamos. Esta série de fotografias – Stilb life - associa-se ao abandono, a uma ausência da presença humana, que está porém latente nas imagens captadas por Daniel Curval. «É como se fosse um limbo. A pessoa estava ali, mas ausentou-se no momento a seguir», explica o fotógrafo.

«Esta série [C] que eu trouxe para o teatro da Guarda é uma série que tem a ver mais com alguma interioridade e de alguma proximidade com os interiores e algum abando também…»

Há porém outros propósitos em que Daniel Curval se encontra a trabalhar como é o caso do projeto Landsfake, mais dedicado à paisagem sem intervenção humana ou quase sem ela. Numa das suas deambulações pela Guarda [aquando da montagem da exposição], Daniel Curval diz mesmo já ter registado algumas imagens para este seu projeto.

A fotografia para Daniel Curval é algo constante. As imagens são registadas com e sem máquina. «Estou sempre a fotografar. Já aconteceu passar em determinado local sem máquina fotográfica, ficar com aquilo na cabeça e regressar no dia seguinte para tirar a fotografia», conta.

«Sou muito incisivo. Não estou preocupado - com todo o respeito que tenho pelas pessoas – em agradar. O que mais me interessa nas fotografias que faço é que as pessoas se interroguem, questionem, perturbem… Se gostarem, tanto melhor!». Para Daniel Curval a arte tem que desassossegar: «Não me interessa a arte decorativa», afirma.

“Stilb Life [Série C] A ausência da presença” tem entrada livre e estará patente no Café Concerto do TMG até 5 de outubro. A exposição pode ser visitada no horário de funcionamento do CC. As obras expostas estão disponíveis para venda.


Artigo Completo: Daniel Curval e a fotografia do desassossego
Fonte: Teatro Municipal da Guarda
5 O CHIBITO: Daniel Curval e a fotografia do desassossego «Stilb Life é uma recolha sobre o mundo contemporâneo; é o que nos resta do limbo existencial». É assim que Daniel Curval fala das fotogra...

11:43 | 26 de setembro de 2014


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